A (des)construção da identidade cultural em Morte e vida Severina
DOI:
https://doi.org/10.48178/intersecao.v2i1.256Resumo
RESUMO: Este trabalho é uma análise da construção e desconstrução da identidade cultural presente na obra Morte e Vida Severina de João Cabral de Melo Neto. Demostrando como a relação de poder pode diferenciar as relações de identidade do indivíduo. A identidade oscilante de Severino, personagem principal da obra, é um dos pontos de partida para fomentação da crise existencial. Representar é uma das formas que Severino usa para que em certo momento possa se tornar diferente dos demais ao seu redor. A identidade individual é a única forma que o faz se sentir único ao meio. Uma forma de sobressair-se ao meio social que lhe representa na obra. Na disputa pela identidade está envolvida uma disputa mais ampla por outros recursos simbólicos e materiais da sociedade. Já que afirmar a identidade significa demarcar fronteiras. Ser diferente é a forma que pode demarcar a identidade, sendo seu resultado. Porém a personagem não consegue adquirir essa tão almejada identidade individual, em decorrência da imposição social imposta pelos dispositivos de poder que regulam as diferenças e marcas da miserabilidade. O autor usa o engendramento poético para dramatizar essa relação de poder dos mais favorecidos, ratificando a crítica ao sistema social e político vigente. Ter sua existência reconhecida é a única forma de Severino sentir-se único, já que essa ausência de identidade é assumida pela identidade coletiva, sendo a única alternativa imposta ao homem do sertão. Essa falta de reconhecimento de identidade individual é o principal motivo para representação da morte na instância do suicídio-severino. Por isso a crise de identidade na obra é decorrente e marcada pela migração, que é a circunstância que a personagem está submetida. Esse conceito de diáspora ajuda a entender a identidade de Severino e as relações sociais das personagens na obra. Para pensar essa perspectiva de identidade, usaremos os teóricos Foucault (2013), Silva (2000) e Hall (2005).
PALAVRAS-CHAVE: Identidade. Diferença. Relações de poder.
ABSTRACT: This work is an analysis of the construction and deconstruction of the cultural identity present in the work Morte e Vida Severina by João Cabral de Melo Neto. Demonstrating how the power relationship can differentiate the individual's identity relationships. The oscillating identity of Severino, the main character in the work, is one of the starting points for fomenting the existential crisis. Representing is one of the ways Severino uses so that, at a certain moment, he can become different from others around him. The individual identity is the only way that makes you feel unique in the environment. A way to stand out from the social environment that represents him in the work. In the dispute over identity, a broader dispute over other symbolic and material resources of society is involved. Since affirming identity means demarcating borders. Being different is the way that identity can be demarcated, being its result. However, the character is not able to acquire this much desired individual identity, due to the social imposition imposed by the power devices that regulate the differences and marks of miserability. The author uses poetic engendering to dramatize this power relationship of the most favored, ratifying the criticism of the current social and political system. Having his existence recognized is the only way for Severino to feel unique, since this absence of identity is assumed by collective identity, being the only alternative imposed on the man from the sertão. This lack of recognition of individual identity is the main reason for the representation of death in the instance of severe suicide. Therefore, the identity crisis in the work is due to and marked by migration, which is the circumstance that the character is subjected to. This concept of diaspora helps to understand Severino's identity and the social relations of the characters in the work. To think about this perspective of identity, we will use the theorists Foucault (2013), Silva (2000) and Hall (2005).
KEYWORDS: Identity. Difference. Power relations.
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