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  • POVOS INDÍGENAS: MOBILIZAÇÕES, REIVINDICAÇÕES E AFIRMAÇÕES DE DIREITOS
    V. 1 N. 2 (2022)

    DOSSIÊ

    POVOS INDÍGENAS: MOBILIZAÇÕES, REIVINDICAÇÕES E AFIRMAÇÕES DE DIREITOS 

    Mais de 6 mil indígenas de vários povos de todas as regiões do Brasil estiveram em Brasília-DF na última semana de agosto de 2021, no acampamento “Luta pela vida”. Além de mobilizações no Congresso Nacional para denunciar violências, reivindicar o reconhecimento de direitos, o principal objetivo foi acompanhar o adiado julgamento no STF: uma decisão sobre a ação de reintegração de posse movida pelo governo de Santa Catarina contra o povo Xokleng, cujo resultado terá “repercussão geral” nas instâncias judiciais e servirá como referência para todos os processos demarcatórios dos territórios indígenas. Setores contrários aos direitos indígenas defendem a tese do “marco temporal”, que estabelece a data da promulgação da Constituição Federal de 1988 como limite para reivindicação e reconhecimento territorial pelos indígenas. A retomada do julgamento está prevista para 2022, um ano de eleições presidenciais em um contexto de retrocessos sociopolíticos. Nos últimos três anos os direitos constitucionais foram ignorados, violados e descumpridos. Os indígenas continuam as mobilizações, reivindicações e afirmações de direitos. 

    As pesquisas e estudos acadêmicos vêm discutindo e evidenciando os protagonismos históricos dos povos indígenas e nesse dossiê convidamos para contribuírem com um texto, seja resultado de pesquisa concluída ou em andamento com reflexões sobre a temática proposta. Também com ensaios fotográficos e entrevistas a respeito do tema sugerido. 

     

    Edson Silva (UFPE) 

    Soraia Dornelles (UFMA) 

  • Infâncias e juventudes indígenas no Nordeste brasileiro: História, Saúde e Educação
    V. 2 N. 2 (2023)

    Na atual conjuntura política nacional, vivemos um momento de reconstrução política do país, onde a democracia dá sinais de sua grande fragilidade quase que semanalmente. O contexto de crise democrática assola os povos indígenas, entre outras questões, com o Marco Temporal, sendo urgente voltarmos o olhar também para a questão geracional, de modo a compreender sua interseccionalidade com as questões étnico-raciais; fundamental para construirmos no presente uma atenção ao papel das futuras gerações na continuidade da luta indígena no país.
    Diante deste contexto, localiza-se o presente dossiê ‘Infâncias e Juventudes Indígenas’, reunindo trabalhos multidisciplinares sobre as gerações mais novas de povos indígenas habitantes do Brasil. O dossiê é composto por contribuições de autoras e autores indígenas e não-indígenas, docentes e acadêmicos em formação. As etnias e localidades contempladas nos trabalhos são: Xukuru do Ororubá (Pesqueira e Poção-PE), Maxakali, Botocudo e Pataxó (Sul da Bahia), Fulni-ô (Águas Belas-PE), Karuazu, Katokinn e Jeripankó (Pariconha-AL).

  • Indígenas em Alagoas: identidade, memória e educação
    V. 1 N. 1 (2022)

    Lançar o primeiro número de uma revista científica é uma atividade que mistura vários sentimentos, iniciando com a responsabilidade inerente a tal missão, passando por euforia, entusiasmo, senso de vitória e noção de contribuição científica até chegar à sensação deproximidade com outros pesquisadorese, porque não dizer, com outros entusiastas da pesquisa, da ciência e da universalização do saber. Ao organizar o primeiro número da Revista Campiô nasce a certeza de estar materializando um periódico que objetiva ser um espaço de diálogo e reflexões sobre a história, múltiplas linguagens, cultura, educação, religião, etnografia, território, patrimônio, ancestralidade, protagonismos, negações, silenciamento e imagens sobre os povos indígenas no Nordeste brasileiro e, com certa ênfase, em Alagoas. Desse modo, a intenção é construir um espaço de discussão sobre a participação de tais povos na história local e nacional, bem como oferecer subsídios necessários à compreensão das realidades vividas pelos indígenas nacontemporaneidade, sobretudo socializando experiências vividas com e pelos indígenas nos cursos de Licenciatura Interculturais.

     

    José Adelson Lopes Peixoto (UNEAL)

  • Povos indígenas do Nordeste: vivências e experiências
    V. 2 N. 1 (2023)

    Nos últimos anos, a produção historiográfica sobre os povos indígenas no Brasil foi reorientada e passou a considerá-los como atores protagonistas nos processos históricos, ao invés de rotulá-los apenas como vítimas que assistiram passivamente o desenrolar dos acontecimentos, quase sempre considerados como “extintos” desde o período colonial. No século XX, após incessantes movimentos de emergências étnicas, a promulgação da Constituição Federal de 1988 marcou decisivamente o reconhecimento das diversidades indígenas que compõem o Estado nacional. Em Alagoas, o mencionado documento serviu para embasar as mobilizações de vários povos em busca de reconhecimento oficial, um importante subsídio para as cobranças de demandas específicas, tais como saúde e educação. Desse modo, como forma de dar um retorno social aos 12 povos indígenas oficialmente reconhecidos em Alagoas, o Curso de Licenciatura Intercultural Indígena (CLIND), vinculado à Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL) têm prestado um relevante serviço social ao formar docentes que atuarão em diversas áreas da Educação Básica, potencializando a permanência de muitos/as indígenas no Ensino Superior em um estado marcado por alarmantes desigualdades fundiárias, políticas e educacionais, onde apenas uma ínfima parcela da população desfruta dos disputados espaços acadêmicos. Assim, a proposta do dossiê “Povos indígenas do Nordeste: vivências e experiências” objetiva receber trabalhos resultantes dos anais do XI Abril Indígena e do IV Estudos Cooperados do CLIND (UNEAL), realizados em julho de 2022. Nosso intuito será contribuir para repensarmos os papéis de agentes históricos indígenas que foram invisibilizados desde o período colonial, apesar das impagáveis contribuições para a formação e consolidação do Estado nacional.

     

    Adauto Santos da Rocha (UFRRJ)

    Deisiane da Silva Bezerra (UFRPE)