Edições anteriores

  • (Re)existências indígenas no Brasil Republicano
    v. 3 n. 1 (2024)

    Diferentes populações indígenas compõem um amplo mosaico cultural distribuído em múltiplos territórios localizados nos estados brasileiros. A formação histórica dos grupos étnicos no Nordeste, marcada sobretudo por violências e silenciamentos desde os contatos iniciais com colonizadores ainda no século XVI, esteve associada a processos de resistências e ressignificações, ampliando, principalmente nos séculos XX e XXI, conexões históricas e políticas entre indígenas (re)existentes em vários contextos situacionais no Brasil contemporâneo. Desse modo, este Dossiê socializa (re)existências indígenas nas experiências republicanas brasileiras, estas iniciadas nos conturbados movimentos políticos na transição para o século XX e posteriormente interrompidas por autoritarismos sucessivos até a redemocratização simbolizada na Constituição de 1988. Portanto, temáticas recorrentes em discussões como violências, decolonialidade, resistências, educação escolar, silenciamentos, redes de relações, mobilizações, direitos, territórios, saúde e outras semelhantes se encontram distribuídas nos trabalhos publicados, promovendo, através da Revista de Estudos Indígenas de Alagoas – Campiô, um âmbito científico de difusão de pesquisas realizadas em diferentes campos das Ciências Humanas e Sociais, sensíveis a populações historicamente marginalizadas, mas resistentes e, atualmente, protagonistas.

     

    Michelle Reis de Macedo (UFAL)

    Pedro Abelardo de Santana (UFAL)

    Vinícius Alves de Mendonça (SEDUC/AL)

  • POVOS INDÍGENAS: MOBILIZAÇÕES, REIVINDICAÇÕES E AFIRMAÇÕES DE DIREITOS
    v. 1 n. 2 (2022)

    DOSSIÊ

    POVOS INDÍGENAS: MOBILIZAÇÕES, REIVINDICAÇÕES E AFIRMAÇÕES DE DIREITOS 

    Mais de 6 mil indígenas de vários povos de todas as regiões do Brasil estiveram em Brasília-DF na última semana de agosto de 2021, no acampamento “Luta pela vida”. Além de mobilizações no Congresso Nacional para denunciar violências, reivindicar o reconhecimento de direitos, o principal objetivo foi acompanhar o adiado julgamento no STF: uma decisão sobre a ação de reintegração de posse movida pelo governo de Santa Catarina contra o povo Xokleng, cujo resultado terá “repercussão geral” nas instâncias judiciais e servirá como referência para todos os processos demarcatórios dos territórios indígenas. Setores contrários aos direitos indígenas defendem a tese do “marco temporal”, que estabelece a data da promulgação da Constituição Federal de 1988 como limite para reivindicação e reconhecimento territorial pelos indígenas. A retomada do julgamento está prevista para 2022, um ano de eleições presidenciais em um contexto de retrocessos sociopolíticos. Nos últimos três anos os direitos constitucionais foram ignorados, violados e descumpridos. Os indígenas continuam as mobilizações, reivindicações e afirmações de direitos. 

    As pesquisas e estudos acadêmicos vêm discutindo e evidenciando os protagonismos históricos dos povos indígenas e nesse dossiê convidamos para contribuírem com um texto, seja resultado de pesquisa concluída ou em andamento com reflexões sobre a temática proposta. Também com ensaios fotográficos e entrevistas a respeito do tema sugerido. 

     

    Edson Silva (UFPE) 

    Soraia Dornelles (UFMA) 

  • Infâncias e juventudes indígenas no Nordeste brasileiro: História, Saúde e Educação
    v. 2 n. 2 (2023)

    Na atual conjuntura política nacional, vivemos um momento de reconstrução política do país, onde a democracia dá sinais de sua grande fragilidade quase que semanalmente. O contexto de crise democrática assola os povos indígenas, entre outras questões, com o Marco Temporal, sendo urgente voltarmos o olhar também para a questão geracional, de modo a compreender sua interseccionalidade com as questões étnico-raciais; fundamental para construirmos no presente uma atenção ao papel das futuras gerações na continuidade da luta indígena no país.
    Diante deste contexto, localiza-se o presente dossiê ‘Infâncias e Juventudes Indígenas’, reunindo trabalhos multidisciplinares sobre as gerações mais novas de povos indígenas habitantes do Brasil. O dossiê é composto por contribuições de autoras e autores indígenas e não-indígenas, docentes e acadêmicos em formação. As etnias e localidades contempladas nos trabalhos são: Xukuru do Ororubá (Pesqueira e Poção-PE), Maxakali, Botocudo e Pataxó (Sul da Bahia), Fulni-ô (Águas Belas-PE), Karuazu, Katokinn e Jeripankó (Pariconha-AL).

  • Indígenas em Alagoas: identidade, memória e educação
    v. 1 n. 1 (2022)

    Lançar o primeiro número de uma revista científica é uma atividade que mistura vários sentimentos, iniciando com a responsabilidade inerente a tal missão, passando por euforia, entusiasmo, senso de vitória e noção de contribuição científica até chegar à sensação deproximidade com outros pesquisadorese, porque não dizer, com outros entusiastas da pesquisa, da ciência e da universalização do saber. Ao organizar o primeiro número da Revista Campiô nasce a certeza de estar materializando um periódico que objetiva ser um espaço de diálogo e reflexões sobre a história, múltiplas linguagens, cultura, educação, religião, etnografia, território, patrimônio, ancestralidade, protagonismos, negações, silenciamento e imagens sobre os povos indígenas no Nordeste brasileiro e, com certa ênfase, em Alagoas. Desse modo, a intenção é construir um espaço de discussão sobre a participação de tais povos na história local e nacional, bem como oferecer subsídios necessários à compreensão das realidades vividas pelos indígenas nacontemporaneidade, sobretudo socializando experiências vividas com e pelos indígenas nos cursos de Licenciatura Interculturais.

     

    José Adelson Lopes Peixoto (UNEAL)

  • Povos indígenas do Nordeste: vivências e experiências
    v. 2 n. 1 (2023)

    Nos últimos anos, a produção historiográfica sobre os povos indígenas no Brasil foi reorientada e passou a considerá-los como atores protagonistas nos processos históricos, ao invés de rotulá-los apenas como vítimas que assistiram passivamente o desenrolar dos acontecimentos, quase sempre considerados como “extintos” desde o período colonial. No século XX, após incessantes movimentos de emergências étnicas, a promulgação da Constituição Federal de 1988 marcou decisivamente o reconhecimento das diversidades indígenas que compõem o Estado nacional. Em Alagoas, o mencionado documento serviu para embasar as mobilizações de vários povos em busca de reconhecimento oficial, um importante subsídio para as cobranças de demandas específicas, tais como saúde e educação. Desse modo, como forma de dar um retorno social aos 12 povos indígenas oficialmente reconhecidos em Alagoas, o Curso de Licenciatura Intercultural Indígena (CLIND), vinculado à Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL) têm prestado um relevante serviço social ao formar docentes que atuarão em diversas áreas da Educação Básica, potencializando a permanência de muitos/as indígenas no Ensino Superior em um estado marcado por alarmantes desigualdades fundiárias, políticas e educacionais, onde apenas uma ínfima parcela da população desfruta dos disputados espaços acadêmicos. Assim, a proposta do dossiê “Povos indígenas do Nordeste: vivências e experiências” objetiva receber trabalhos resultantes dos anais do XI Abril Indígena e do IV Estudos Cooperados do CLIND (UNEAL), realizados em julho de 2022. Nosso intuito será contribuir para repensarmos os papéis de agentes históricos indígenas que foram invisibilizados desde o período colonial, apesar das impagáveis contribuições para a formação e consolidação do Estado nacional.

     

    Adauto Santos da Rocha (UFRRJ)

    Deisiane da Silva Bezerra (UFRPE)