INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA XUKURU DO ORORUBÁ:
pensando o direito, a diferença e a dignidade indígena no Nordeste
DOI:
https://doi.org/10.48017/rc.v2i2.456Palavras-chave:
infância, adolescência, indígenas, HistóriaResumo
As reflexões apresentadas situam a infância e à adolescência indígena em uma perspectiva histórica, a partir das interrelações entre famílias, as experiências, expressões socioculturais, organizações, mobilizações e reivindicações por direitos pelos povos indígenas. Sobretudo os territórios demarcados garantindo um viver bem, no Nordeste do Brasil, uma das regiões mais antigas da colonização portuguesa no país. Observando a trajetória do menino Gercino Balbino da Silva nascido em 1924, na Aldeia Cana Brava, uma das muitas localidades na Serra do Ororubá (Pesqueira/PE), buscamos compreender a infância e à adolescência Xukuru do Ororubá. Na época as terras do antigo aldeamento no Semiárido, declarado extinto em fins do século XIX, estavam invadidas por fazendeiros, criadores de gado e donos de engenhos de açúcar nas áreas de brejos. Sem terras para viver e plantar, os pais de Gercino foram morar em outra localidade na Serra do Ororubá, com os avós do menino trabalhando “de alugado” para um fazendeiro local. Desde criança Gercino enfrentou uma vida difícil. Aos oito anos, com a família trabalhava no “cabo da enxada”, recebendo metade da diária paga a um adulto. Com o milho ainda verde o fazendeiro soltava o gado na plantação destruindo a roça. Desde criança acompanhando familiares participou do ritual do Toré anualmente realizado na Vila de Cimbres. E adolescente foi escolhido para suceder um indígena idoso, exercendo papel importante no ritual. Jovem migrou com parentes para trabalhar na lavoura canavieira, participou das mobilizações e conquista da demarcação do território indígena.
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