Entre bonecas, cânticos e cortejos:
aspectos estético-culturais da obra Maria Flor etc, de Arriete Vilela
DOI:
https://doi.org/10.48179/revext.v7i1.351Palavras-chave:
Arriete Vilela. Calungas. Cultura. Literatura alagoana. O enterro das bonecas.Resumo
A presente pesquisa objetiva analisar a relação intrínseca entre literatura alagoana e cultura, através da leitura e interpretação de dois dos doze contos da obra Maria Flor etc. (2002), da escritora Arriete Vilela. Os quais, intitulados “o enterro das bonecas” e “Calungas”, respectivamente. A personagem principal da primeira narrativa supracitada, de nome Esterlina, transita entre o presente e sua brincadeira de infancia de vestir mortalhas em bonecas e enterra-las, enquanto entoa cânticos. No segundo caso, D. Veridiana começa uma infatigável tarefa de fazer bonequinos de retalho, até que se perde entre a realidade e o mundo imaginado para seus bonecos. Desses dois textos, retiramos representações de manifestações bem típicas da cultura popular, como de vestir roxo, de perfumar com flor de laranjeira os defuntos, de fazer calungas com pequenos pedaços de retalhos, das procissões. Outrossim, percebemos que os contos constroem-se a partir de uma relação estética entre elementos ficcionais e descrições dos costumes populares nordestinos, servindo para registrar práticas que são resultado da ação simbólica de nossa comunidade. Concordando com visão de Geertz (2008) e Stuart Hall (2008), trabalhamos com o conceito de identidade para os estudos de cultura, onde pudemos perceber as obras de Arriete como parte de um trabalho de burilamento do fazer literário da autora que só pode ser interpretado de forma cituada, como fio de uma grande teia cultural, sobre a qual, busca edificar-se.
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