O canto fúnebre em “o enterro das bonecas”: oralidade e performance na literatura arrieteana
DOI:
https://doi.org/10.48179/revext.v6i2.299Palavras-chave:
Cânticos; Literatura oral; O enterro das bonecas; Performance.Resumo
Esta pesquisa analisa a intrínseca relação entre literatura oral e performance através da leitura de um dos doze contos da obra Maria Flor etc. (2002), da escritora Arriete Vilela, intitulado “o enterro das bonecas”. A personagem principal da narrativa, de nome Esterlina, transita entre o presente e suas brincadeiras de infância, das quais, a de vestir mortalhas em bonecas e enterra-las, enquanto entoa cânticos. Dessa ritualística, ocorre o desdobramento em manifestações bem típicas da cultura popular, como de apelo aos santos católicos, vestir roxo, de cavar covas no chão e perfumar com flor de laranjeira. Outrossim, performatizando a partir de uma relação estética que advém da relação entre vocalidade, corpo e espaço, nos termos de Paul Zumthor (2007), que designa o ato performativo como uma ação, sempre em curso, que se assegura pelas sensações que provoca e é anterior à própria invenção da escrita; ou uma ação simbólica, pela visão interpretativista de Geertz (2008) e que percebemos como reflexo da identidade de um povo e que, por ser sempre fronteiriça, de acordo com o antropólogo Stuart Hall (2008), só pode ser interpretada de forma cituada, como parte de um emaranhado cultural, sobre o qual, age e resulta.
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