Mortes evitáveis e causas mal definidas:

vulnerabilidades da população indígena no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48017/rc.v3i2.597

Palavras-chave:

Saúde de Populações Indígenas; Povos Indígenas; Causas de Morte; Fatores Raciais.

Resumo

Este estudo investiga as causas múltiplas de morte relacionadas à população indígena no Brasil em 2021, em comparação a outras categorias de raça/cor. Utilizando dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), o estudo destaca a importância das estatísticas de mortalidade na formulação de políticas de saúde. As mortes entre indígenas revelaram uma incidência de óbito desproporcional de causas preveníveis, destacando doenças respiratórias e causas mal definidas. A análise quantitativa transversal empregou indicadores-chave, como a média de menções por declaração de óbito e a relação causas básicas/causas múltiplas (CB/CM). Os indígenas, em média, apresentam menos menções de causas múltiplas de óbito por declaração de óbito, indicando possível deficiência de compreensão e registro das causas subjacentes à morte. As doenças respiratórias emergem como principais contribuintes para as causas múltiplas dessa população, diferenciando-se das demais categorias de raça/cor. Um aspecto crítico é a elevada proporção de causas mal definidas entre os indígenas, indicando uma possível fragilidade na qualidade das informações sobre as circunstâncias de óbito nessa população. Essa lacuna na compreensão da causalidade da morte compromete o direcionamento e a eficácia das intervenções em saúde pública. Os resultados reforçam a necessidade urgente de políticas de saúde focalizadas nos povos indígenas. Destacam-se as demandas específicas, como estratégias de prevenção para doenças respiratórias, além da redução de menções de causas mal definidas.

Biografia do Autor

Camilla Cosenza Valácio, Universidade Federal de Minas Gerais

Acadêmica do 6° período do curso de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Bolsista no projeto de Iniciação Científica: "Violência contra a mulher: enfoque no feminicídio e o impacto da Covid-19 em Santa Catarina, Brasil", sob orientação da prof. Carla Jorge Machado. Também atua como voluntária no projeto de Iniciação Científica "Manifestações e sequelas neuropsiquiátricas da COVID-19: aspectos clínicos e moleculares". É membro da Liga Acadêmica de Feridas (LAF-UFMG) e da Liga Acadêmica de Neonatologia e Aleitamento Materno (LANA-UFMG). Atua nos projetos de extensão "Programa de Extensão em Psiquiatria e Psicologia de Idosos: Informação, Comunicação e Saúde Mental para Idosos" e "Cursinho Popular Guimarães Rosa". Já fez parte da Liga Acadêmica de Bioética (LAB-UFMG), e participou de sua ação de extensão "Visitando os Pacientes que não são visitados no Hospital das Clínicas". 

Carla Jorge Machado, Universidade Federal de Minas Gerais

Graduada em Ciências Econômicas pela UFMG, possui mestrado em Demografia pela FACE/UFMG e Ph.D. pela Universidade Johns Hopkins (Bloomberg School of Public Health). É professora titular no Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da UFMG, onde leciona em cursos de Fonoaudiologia, Tecnologia em Radiologia, Ciências Socioambientais, Medicina e Gestão em Serviços de Saúde. Também é professora credenciada no Mestrado Profissional em Promoção de Saúde e Prevenção da Violência (UFMG). Sua atuação se concentra em epidemiologia e métodos quantitativos em saúde. Desde 2020, publicou 100 trabalhos em periódicos indexados, incluindo artigos originais, comunicações breves, cartas e resenhas. Em 2 de outubro de 2024, seu Google Scholar registrou um índice H de 41, i10 de 123 e 5.893 citações.

Laura Elisa Araújo Viana , Universidade Federal de Minas Gerais

Faculdade de Medicina da UFMG

Resumo Lattes: Técnica em Administração pelo IFMG Ouro Preto (2017). É graduanda do 12º período em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Atuou como ligante da Liga Acadêmica de Medicina de Família e Comunidade da UFMG (LAMFAC) no período 2019/2020 e como coordenadora da mesma liga entre 2020 e 2021. Interesses na área de Medicina, com enfoque em Medicina de Família e Comunidade e Medicina Preventiva e Social.

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Publicado

2025-04-24

Como Citar

Cosenza Valácio, C., Jorge Machado, C., & Elisa Araújo Viana , L. . (2025). Mortes evitáveis e causas mal definidas: : vulnerabilidades da população indígena no Brasil. Revista De Estudos Indigenas De Alagoas - Campiô, 3(2), 119–129. https://doi.org/10.48017/rc.v3i2.597