Impactos do saneamento “in situ” nas águas da bacia hidrográfica do riacho piauí: perímetro urbano do munícípio de Arapiraca (AL)

Resumo

O crescimento das cidades brasileiras, através da urbanização deficiente na oferta de saneamento, impacta diretamente nas águas, contaminando os mananciais superficiais e subterrâneos, através de despejos de poluentes e esgotos nos sistemas de drenagem. Arapiraca, situada no agreste alagoano, possui 82% de população urbana, com 43.900 domicílios, dos quais 74% dispõem de água por rede geral, 85% contam com coleta de lixo e apenas 5% são atendidos por rede de esgoto. Dessa forma, o município utiliza o saneamento in situ, através do uso de fossas rudimentares e despejo de esgoto direto na calha fluvial, onde vários trabalhos apontam para o alto risco de contaminação tanto para o lençol freático quanto para os mananciais superficiais. Diante desse quadro, o presente trabalho pretende verificar se ocorre contaminação nas águas da bacia em questão. Para investigar este cenário, quatro pontos de coleta para análise de água foram definidos neste canal, riacho Piauí, que corta o centro urbano do município. Para analisar a água dos poços domiciliares, foram escolhidos pontos em bairros que apresentaram surtos de diarréia, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. A evolução da contaminação foi medida através de duas baterias de coleta e análise de água (bacteriológica e físico-química), em 2004 e 2005, atendendo aos métodos e padrões oficiais (CONAMA).